E por
que não falar sobre o amor, lembra dele?
Em
tempos onde os sentimentos parecem automatizados, algumas vezes até,
inexistentes, se lembrar de como é bom amar e ser amado vai bem.
Ainda
que, no momento, você não tenha ao seu lado, aquela pessoa especial, que faz o
seu coração disparar quando está chegando, e sua barriga gelar, quando liga no
seu celular ou deixa algum tipo de recado dengoso, carinhoso ou quente. Mesmo
assim, é muito fácil se lembrar do amor e vive-lo em lembranças.
As
lembranças são ótimas, pois elas nos fazem companhia enquanto preparamos as
próximas.
Tudo
começa com a quase esquecida paquera, hoje nomeada como “flerte”, mas com a
mesma emoção de sempre. O conceito não altera o sentimento.
Então,
você percebe alguém que se destaca, dentre tantas outras pessoas, e não sabe
dizer se foi o sorriso, o brilho nos olhos, a inteligência, o bom-humor, a
sensibilidade, a beleza, enfim, algo que tenha despertado um sentimento
estranho, quase que assustador, dentro de você que então, passa a admirá-la.
Nossa,
há quanto tempo você não sente seu coração assim? Muitas vezes, só se lembrava
dele, quando comia gordura e alimentos prejudiciais. Como se a saúde fosse a
sua única fonte de vida.
Engraçado
como, quando estamos apaixonados, perdemos o controle sobre nosso corpo: O
coração espanca lá dentro, as mãos suam, as pernas tremem, a voz falha e a “cara”,
nada pior que a expressão de bobo, o sorriso maroto que não podemos conter, tão
pouco, disfarçar.
E
então, começamos a nos valorizar, arrumar, querer agradar de alguma forma,
puxar um assunto, qualquer coisa que nos aproxime do alvo, para que não
erremos.
E lá
vamos nós, arriscar um grande amor, nos permitir a possibilidade da felicidade
que, se não agarrarmos, agora, corremos o risco de que, outro, mais esperto, o
faça.
Dessa
forma, com todos esses sentimentos e sensações, ainda temos que manter a cabeça
fria e planejar estratégias de conquista, aquecer os “motores”, começar ou
recomeçar, enfim, coisa que não é fácil.
Mas a
recompensa está ali, e só a alcançaremos se seguirmos em sua direção. Nessa hora, não nos importamos com o que os
outros vão pensar, com o que nós mesmos podemos pensar, ainda mais quando
passamos a fazer exatamente o que criticávamos em outros apaixonados, quando
não os compreendíamos.
Mas
passamos a entender que o amor é algo que funciona
como combustível, ou seja, sem amor, sem vida.
E obviamente ao gostar de alguém, nos sentimos mais vivos, é
como se fosse um “santo remédio”, um elixir, ou uma magia, um encanto, enfim,
alguma coisa inexplicável e, consequentemente, tonta.
Mas a
coisa fica tensa mesmo é quando o outro nos nota. Quando nos diz “oi”, ou lança
um olhar diferente. Nada melhor que se sentir correspondido.
Você
começa, então, a falar para alguém de confiança, o tempo todo, irritantemente,
sobre aquela pessoa. E parece não ter outro assunto e, se quer, percebe suas
atitudes.
E se
pega a sonhar com o outro, com seu beijo, seu toque, seu cheiro, seu calor.
Como será, quando será, por que ainda não foi?
E vem
a vontade louca de pegar na mão, tocar nos cabelos, beijar os lábios, abraçar
forte, amar.
A sua
pele esquenta e você sente orgasmos de paixão indecentes, pois não tem o
consentimento do outro, para amá-lo e toca-lo, despi-lo e deseja-lo, senti-lo e
fazer amor com ele, sem que ele ainda saiba ou permita. Desejos intensos e
proibidos, que o deixam numa situação onde tudo que você menos quer, é que
alguém o interrompa.
A
próxima etapa é ensaiar o que vai dizer, como, quando e onde. Como criar uma
situação, se deve confiar em alguém, para ajudar, se fala na “lata”, se insinua,
se ousa.
O
sentimento vai ganhando força, o peito parece que vai se abrir de tanta pancada
que está levando do coração, como se num ato de desespero ele pedisse: vá
agora!
Enquanto
sua razão também sufoca, lembrando dos sentimentos inversos que poderá sentir,
caso tudo dê errado.
E
você fica entre os dois, no dilema que parece querer te enlouquecer, sem saber
o que fazer, mas sabendo bem o que deseja.
E
chega um momento em que, a razão, começa a sentir as emoções mais fortes e se
esquiva, dando passagem ao amor, ao mais puro amor que é singelo e intenso, ao
mesmo tempo.
Que
sufoca no mesmo instante em que é a única razão de você conseguir ainda
respirar.
E
você joga fora todas as dúvidas, os medos, receios, toda a certeza e se dá o
direito de tentar, de assumir o risco e viver um grande amor.
E ele
compensa, pois se não durar para sempre, ficaram as lembranças, e elas são
ótimas, pois nos fazem companhia, enquanto preparamos as próximas.
Pati :)