domingo, 4 de março de 2012

Violência doméstica e familiar

Aproveitando a Semana do dia Internacional das Mulheres, quero falar sobre a violência doméstica e familiar.





A mulher que sofre esse tipo de violência é tão vítima quanto os seus filhos. Eles sofrem pois, amam a mãe e o pai, e não reconhecem essa figura do pai, quando ele é violento com aquela pessoa que ele deveria proteger. Deve passar na cabeça deles algo do tipo: Se ele faz isso com minha mãe, sabendo que me machuca, ele não se importa comigo, também.


Gritar, quebrar coisas em casa, agredir física ou  verbalmente, são atitudes de pessoas incompetentes, que ao perceberem que não tem capacidade para serem homens de verdade, com todo o significado da palavra, tentam mostrar que mandam, usando a força. 
Péssimo exemplo para as crianças.



E então, a sociedade e os órgãos públicos, pedem para que essas mulheres denunciem. Vocês sabem como é feito isso? Vamos lá.


Fato verídico que eu presenciei: A mulher vai à delegacia da Mulher, mais próxima, é recebida na porta, do lado de fora, quando o Policial, que estava lá fora admirando a paisagem, pergunta o que ela quer? Ali, naquela situação e envergonhada, ela conta, então ele pede que ela entre e aguarde. Enquanto ela aguarda, ouve outra mulher prestando queixa, numa salinha ao lado, para a escrivã. Isso mesmo, seu relato é ouvido por todos que estão no local.


Quando essa vítima do marido, sociedade e órgãos públicos sai de lá, você tem a impressão que ela acabou de apanhar do marido, naquele momento, pois ela sai muito pior do que entrou, pelo tendimento desumano que recebe, com um Boletim de Ocorrência em mãos, que não serve para nada, sem um Policial para acompanhá-la e falar com esse agressor, ela volta para a casa onde o encontrará, com um documento que ficará apenas arquivado, e se ela quiser seguir em frente, num prazo de 6 meses, ela deve mover uma ação, juntar provas, arrumar e pagar um advogado, a não ser que consiga um gratuito, mas isso é outra história e etc., vai continuar debaixo do mesmo teto, com uma pessoa ainda mais irritada, por saber que foi denunciada.

As consequências disso vocês já sabem.



É por isso que nós, mulheres e sociedade, devemos intervir para que a lei, de fato, beneficie e ajude às mulheres, resolvam as situações e não tenham efeito contrário ou agravante.

Isso não significa que a mulher não deva denunciar, ao contrário, deve, apesar de tudo, pois se não o fizer, ninguém nunca saberá o que ela está sofrendo e a lei continuará igual, como se tudo estivesse funcionando perfeitamente. Se é um direito seu, use-o, ele foi conquistado para nos defender, enfrente, pois alguém sofreu muito para conquistar esse direito para todas nós e seremos tão baixas quanto esses "homens" agressores, se nos acovardarmos. 


A Lei Maria da Penha existe e é muito boa, mas até conseguirmos que ela seja cumprida, é um caminho longo demais, para quem dispõe de pouco tempo e, muitas vezes, poucos recursos, além do psicológico e emocional estarem extremamente abalados, inclusive nos filhos.

Os homens, aqueles que fazem jus a esse termo, não ficarão bravos com essa postagem, eles irão pensar em suas mães, que concordaram em passar nove meses com todos os inconvenientes de uma gestação, sentir as dores terríveis do parto, amamentar com os seios rachados e sangrando, muitas vezes e ainda olhar para o filho e sorrir. Paralelo a tudo isso, aguentar marido, que nem sempre é compreensivo, cuidar de outros filhos, se já os tiverem, cuidar da casa, trabalhar fora, e tantas coisas mais.


Deus sabe o que faz, ele escolheu a mulher para essa missão e foi muito feliz na sua escolha, mas elegeu o homem para ser seu parceiro, nessa jornada.




Não queremos dividir o mundo em homens e mulheres, queremos apenas unir as forças, compartilhar as ideias, lutar e conquistar, juntos. Pensemos em nossas avós, mães, filhas, irmãs, sobrinha, netas. Qual o homem (e mulher) que nunca teve uma mulher, na sua vida?

Feliz dia da mulher? Um dia, se depender dessa mulher aqui, teremos.



Pati  - A vida deveria ser como as flores: Belas, coloridas, bonitas e que sempre deixam perfume, em quem as toca. :)

5 comentários:

  1. Muito o texto, sensibilidade que só a mulher pode ter......Um abraço minha amiga
    Pr. Jorge Rodrigues

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  2. Pati, o texto está muito bem exposto e conta exatamente o que acontece. A Lei existe e cabe a cada um de nós fiscalizar e exigir que ela seja realmente cumprida. Parabéns!

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  5. É realmente um assunto muito complexo, por ser muito particular, normalmente as agressões sem lugares reservados "domiciliares" e quando se tornam de conhecimento público, as autoridades, os vizinhos as pessoas próximas não sabem como lidar com tal situação e acaba constrangendo ainda mais a pessoa oprimida. Na minha opinião: violência doméstica e familiar é um crime antigo, com leis novas entre informações fragmentadas e pessoas despreparadas. (é ótimo seu texto e muito esclarecedor com um toque de sensibilidade latente.)

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